Vocacionados do Pai:

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Somos Escolhidos!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O chamado à vida, à comunhão com Deus e com o próximo.












Numa visão corriqueira, existe uma forte tendência que leva muito facilmente as pessoas a entender a vocação como pura e simplesmente uma identificação, inclinação ou aptidão. A que tudo indica ela é vista muito mais como um gosto pessoal. É verdade que essa aptidão ou inclinação deve existir. O que não se pode é esquecer que ela é uma conseqüência. Por isso, aqui faremos uma breve explicação com o significado etimológico da palavra vocação para se compreender melhor esse mistério na vida da Igreja e de todos os seres humanos.

Toda palavra usada em determinada língua possui uma raiz semântica, que pode ser muito significativa para a compreensão exata daquilo que o vocábulo pretende realmente exprimir. O termo vocação não foge à regra.

A palavra vocação deriva do verbo latino vocare, que significa simplesmente “chamar”. Ela é, pois, a tradução do termo vocacione, que por sua vez quer dizer chamado, chamada, convite, apelo.

A força misteriosa que atrai uma pessoa levando-a a abraçar determinado serviço, a fazer alguma coisa da qual gosta, é determinada no âmbito da fé como Deus. Isso mostra que só é possível entender perfeitamente a vocação em uma dimensão de vida alimentada pela Fé. Melhor dizendo: a vocação só pode ser entendida dentro do relacionamento do ser humano com Deus, ou seja, numa realidade teológica.

O primeiro chamado que Deus faz é o chamado à vida, à comunhão com Deus e com o próximo. Toda pessoa humana “tem o chamamento superior dAquele que o criou e chamou à existência. Pois desde a eternidade, Deus fez seu plano divino sobre todas as criaturas. A vocação de toda a criatura, especialmente a do homem, consiste em realizar o plano de Deus delineado por aqueles dons que o criador depositou nele. Fica, portanto, bem claro que a vocação não é algo criado pela pessoa humana. Ela descobre-se como ser vocacionado, chamado por Deus. Se a primeira vocação é o chamado à vida e esta não é uma iniciativa humana, cabe ao homem entender que quem toma a iniciativa de chamar é Deus. A pessoa humana deve apenas responder a esse chamado.

Esse mistério que envolve a vontade do nosso criador e Pai e a nossa doação e realização neste mundo é refletido particularmente pela Igreja no Brasil durante o mês de agosto. Em cada semana se reflete sobre uma forma específica de vocação.

Na primeira semana o tema meditado é sobre o ministério ordenado: Diáconos, Padres e Bispos. Estes são chamados a configurar-se a Cristo de modo radical, no exercício ministerial do múnus profético, sacerdotal e régio.

Na segunda semana nossa atenção volta-se para a vocação à vida em família, que tem seu fundamento no sacramento do matrimônio. A vida matrimonial também é uma grande vocação, e portanto, um ministério, é participação no sacerdócio comum (não ordenado), por meio do qual se celebra o amor e o dom da vida em colaboração com a obra criadora e salvífica de Deus. A família que tem como base o matrimônio fundamenta a Igreja doméstica e o lar cristão, lugar privilegiado no qual os casais devem elevar, a cada dia, a oração a meditação e o ensino da Palavra de Deus e a transmissão dos valores cristãos e humanos.

Na terceira semana se reflete, ora e se dedica à Vida Consagrada dos Religiosos e Religiosas e leigo(a)s consagrado(a)s. Homens e mulheres que, querendo seguir Jesus de uma forma menos natural e comum, buscam imitar a Cristo na Pobreza, Obediência e Castidade.

Na ultima semana se reflete sobre o importante ministério dos leigos na comunidade, que nas mais diversas pastorais colocam-se a serviço do povo de Deus. Os ministérios extraordinários da comunhão eucarística e dedicados à liturgia, os catequistas em particular e tantos outros.

O mês de agosto é, portanto, uma ocasião para cada cristão refletir sobre a forma em que está respondendo a Deus e aumentar a intensidade de seu relacionamento através do qual se ouve, obedece e enriquece o mistério de Deus presente na vida humana e tão intimamente ligado às necessidades de cada ser criado. Que cada cristão possa entender à luz da palavra de Deus que o modelo de resposta está em Cristo, o servo obediente e humilde. E que não existe vocação superiora a outra, assim como todos os serviços convergem para a edificação do reino de Deus.

Frei Haroldo Britto – OFM Cap.
Secretario para Animação Vocacional

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