Estes jovens, chamados por Deus para colaborar com a missão salvadora
da Igreja, precisam de suas orações e de sua ajuda material para que
possam formar-se adequadamente para viver sua missão. Deixe sua mensagem. Desde já asseguramos nossas orações e preces.
Você é jovem. Tem inúmeras possibilidades de realização pela frente. Já refletiu sobre o que vai fazer com essa sua vida tão preciosa? Você pode dar um sentido muito maior a sua vida sendo um frade capuchinho.
Os frades capuchinhos fazem parte da grande família franciscana. Surgiram em 1528, na Itália central, com o propósito de retomar radicalmente o projeto vivido por Francisco de Assis: seguir Jesus Cristo e agir de acordo com os valores do Evangelho, vivendo como irmãos em fraternidade.
Os capuchinhos, pelo jeito simples de ser, identificam-se com o povo simples ao ponto de serem chamados universalmente de “frades do povo”. Portanto, são homens que, doando-se e entregando-se aos necessitados e esquecidos, procuram compreender e partilhar seu sofrimento, proclamando no dia-a-dia os valores do Reino de Deus.
O modo de vida dos frades capuchinhos quer ser uma vivência radical dos valores cristãos, pois a busca constante e diária é viver e agir sempre em sintonia com o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Se você se identifica com esse projeto, procure entrar em contato conosco. Os frades poderão lhe oferecer, através do serviço de animação vocacional, maior oportunidade para amadurecer e discernir sua vocação.
Domingo, 3 de Março de 2013 3º Domingo da Quaresma
— O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós. — PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas. — Glória a vós, Senhor!
1 Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a
respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue
com o dos sacrifícios que ofereciam. 2 Jesus lhes respondeu: “Vós
pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros
galileus, por terem sofrido tal coisa? 3 Eu vos digo que não. Mas se vós
não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4 E aqueles
dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais
que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5
Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do
mesmo modo”. 6 E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma
figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não
encontrou. 7 Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho
procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está
ela inutilizando a terra?’ 8 Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a
figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9
Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”.
- Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.
Homilia Dominical: Arrependimento, uma resposta positiva a Cristo
Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode
vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos
esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os
nossos pecados.
Neste Evangelho do 3º Domingo da Quaresma, Jesus deixa claro que não
necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e
sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos,
oportunidade para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que
toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos
necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do
sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.
Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniquidade.
O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do
que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma
decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui
para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (João
3,3).
Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido.
Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o
pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma consequência desvantajosa que
tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter
traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27,3). Pedro, que negou
Cristo (Mateus 26,34.69-75), arrependeu-se; Judas sentiu apenas remorso.
É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo,
arrepender-se.
O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia
de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As
palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de
clamarem: “Que faremos?” (Atos 2,37). Pedro, porém, não considerou essa
convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles,
disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito
Santo” (Atos 2,38).
O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza
divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o
apóstolo Paulo: Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento
para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o
mundo produz morte (2 Coríntios 7,10).
O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de
vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não
resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento
genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito.
João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento” (Mateus 3,8). O arrependimento real precede os
frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada.
Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em
relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência. Essa
mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na
personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de
vida. No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o
pecado, crucificando seu “velho eu”, de modo que o corpo do pecado seja
destruído (Romanos 6,6).
Em segundo lugar, arrepender-se é voltar-se para Cristo. Não é apenas
uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.
O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para
Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar “férias
religiosas”, ou dar uma breve trégua na iniquidade.
Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e
do Espírito, um nascimento do alto (João 3,5). Essa transformação é tão
radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão
espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus:
Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no
despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo
(Colossenses 2,11).
O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a
Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma
tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.
Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é
idolatria” (Colossenses 3,5).
É preciso viver no mundo sem ser dele, e nele viver conforme o
Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos
esperamos e, por isso, devemos viver de tal modo que não sejamos
surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e
pela prática da misericórdia.
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo,
por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente a Ti.
Amém.
“E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que eu devia fazer, mas o próprio Altíssimo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho” (Testamento de São Francisco de Assis, 14).
Somos irmãos, vivemos em fraternidade, oramos individualmente e em comum, partilhamos juntos refeições e tempo, ajudando-nos mutuamente a crescer, como em uma família. Nossas comunidades, que se chamam fraternidades, são lugares de alegria e de hospitalidade.
Somos uma fraternidade evangélica, Jesus de Nazaré é nosso guia para levarmos uma vida simples e humilde no meio do povo. A vida de Cristo, a Sagrada Escritura, São Francisco e os seus escritos constituem a nossa inspiração.
Por Jesus fomos enviados a pregar, antes de tudo com o exemplo de vida, depois de muitas maneiras práticas: oração e contemplação, trabalho pastoral, serviços sociais, ministérios de assistência, atividades missionárias, publicações e informação, etc.
POSTULANTES CAPUCHINHOS
OS POSTULANTES DA PROVÍNCIA CAPUCHINHA NOSSA SENHORA DO CARMO, MA, PA E AP - PROMAPA - E DA VICE-PROVÍNCIA DO AMAZONAS/AM -VIPROCAR- FORAM ADMITIDOS NA SEMANA PASSADA PELO DEFINIDOR GERAL FREI SÉRGIO DALMORO EM MANAUS/AM. OS MESMOS ESTÃO PARTICIPANDO DE UM CURSO SOBRE A REALIDADE AMAZÔNICA, APÓS O CURSO SEGUIRÃO PARA A CASA DE FORMAÇÃO (Postulantado) EM BENJANIN CONSTANT - AM.
Um jovem e bem sucedido executivo dirigia pela vizinhança, correndo demais em seu novo carro. Observando as crianças se lançando entre os carros estacionados, achou ter visto algo.
Enquanto passava, nenhuma criança apareceu. De repente, um tijolo espatifou-se na porta lateral de seu carro. Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo. Saltou do carro, pegou violentamente uma criança empurrando-a contra a parede e gritou:
- “Por que você fez isso… que besteira pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro! Aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro, seu moleque… Por que você fez isso?”
– “Por favor, senhor, me desculpe. Eu não sabia mais o que fazer! Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.”
Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados.
- “É o meu irmão. Ele desceu sem freio, caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo”.
Soluçando o menino perguntou ao executivo:
- “O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim”.
Movido internamente muito além das palavras, o executivo colocou o jovenzinho em sua cadeira de rodas. Tirou o lenço, limpou-lhe as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem.
- “Obrigado e que Deus possa abençoá-lo, disse a grata criança”.
O homem então viu o menino se distanciar, empurrando o irmão em direção a sua casa. Foi um longo caminho de volta para o carro… um longo e lento caminho de volta. Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou-a amassada para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, de modo que alguém tivesse que atirar um tijolo para obter sua atenção.
Às vezes somos assim: andamos rápido e não percebemos que Deus sussurra e fala aos nossos corações. Algumas vezes, quando não paramos para ouvir, Ele tem que jogar um tijolo em nós. Na velocidade do mundo moderno, não temos tempo para ouvir nem curtir aquilo que nos cerca, nem vemos o que estamos deixando para trás, a beleza que Deus colocou em nosso caminho. Às vezes, uma tijolada nos faz muito bem; faz-nos refletir de que maneira estamos vivenciando os dons que Ele nos confiou.
Podemos ainda ter tanta pressa que não paramos para ouvir sua voz que nos chama:
VEM E SEGUE-ME!
Neste exato momento, Deus pode estar lhe dando uma tijolada…
Você já ouviu, alguma vez, falar de Livre-arbítrio? Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção. Em todas as situações da vida, sempre temos duas possibilidades para escolher. E a cada momento a vida nos exige decisão.
Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude. Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades.
Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos escolher entre resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho ou estudo, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
Quando alguém o ofende, você pode escolher entre revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão é sempre sua. O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como consequência. E essa reação é de nossa total responsabilidade.
E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve uns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito a Lei de Causa e Efeito, para uma ação positiva, um efeito positivo, para um ação infeliz, o resultado correspondente. Se você chega no trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua. Você tem ainda outra possibilidade e escolha: ficar na sua. Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.
A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colhemos flores, se plantarmos espinheiros, colheremos espinhos.
Não há outra saída. Mas o que importa, mesmo, é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça Divina. Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia darão seus frutos. Mesmo os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume. É só deixar nas mãos do jardineiro Divino, a quem chamamos Deus.
Pedimos ao bom Deus, a ação do Espírito Santo em nossa vida, para que possamos agir sempre buscando aos bens do Alto. Que possamos tomar posse do "discernimento vocacional" na nossa vida!
Fraternalmente,
Frei Elias Lisboa, OFMCap.
(Frade Capuchinho, estudante de Filosofia, Animador Vocacional - Regional São Luís - Fraternidade do Coroadinho - São Luís-MA)
JOVEM, a Província Nossa Senhora do Carmo, Maranhão, Pará e Amapá - PROMAPA - tem a alegria de convidá-lo para conhecer melhor a Vida dos Frades Capuchinhos.
Entre em contato conosco: facebook.com/Savcapuchinhos
Site: www.promapa.org.br
e-mail: sevocap@hotmail.com ou
freliaslisboa@yahoo.com.br
Frutos da conversão
Belém do Pará,
A Igreja foi posta, mais uma vez, como espetáculo diante do
mundo. Todos os olhos estão voltados para ela e proclama-se,
especialmente quando vista de fora, uma grande crise. Aproveita-se a
oportunidade para que as muitas bandeiras de uma parcela permissiva da
sociedade sejam levantadas. Na cabeça de muitos, vale apostar tudo para
ver o que se pode colher, como se a Igreja de Jesus Cristo fosse um
balcão de informações turísticas, ou, quem sabe, um parlamento
democrático aberto a todos ou as orientações morais viessem a ser
decididas pelo voto da maioria. A grande renovação da Igreja, ou
acontece a partir da ação do Espírito Santo que atua dentro do coração
de cada cristão, com a força da permanente conversão, ou será indevida e
mentirosa, pois ela não pode ser infiel ao seu Senhor.
Ser cristão incomoda e muito, começando mesmo por aqueles que
desejam professar sua fé com coerência, em tempos nos quais a
perseguição se volta furiosa, especialmente contra os católicos. Não
estamos mais em época de cristandade! Com certeza os cristãos católicos
devem tomar consciência de sua responsabilidade e se decidirem a ser
sal, luz e fermento, com qualidade de vida e testemunho, indo além das
valiosas e reconhecidas devoções, para serem presenças qualificadas,
capazes de transparência da inigualável mensagem evangélica, dispostos a
superar os próprios limites e pecados.
Sabemos que o mistério da iniquidade está presente onde quer que
existam pessoas humanas. Falta muito para que todos os homens e
mulheres, de qualquer religião ou fé, vejam vencidos em si ou na vida
social a maldade que se espalha. Também para nós vale o chamado contínuo
à conversão, tanto que, nos dias da Quaresma, a Igreja inteira,
consciente de que foi resgatada pelo Sangue do Cordeiro imolado, canta
em sua oração: "Humildes, ajoelhados na prece que a fé inspira, ao justo
Juiz roguemos que abrande o rigor da ira. Ferimos por nossas culpas o
vosso infinito amor. A vossa misericórdia do alto infundi, Senhor. Nós
somos, embora frágeis, a obra de vossa mão; a honra do vosso nome a
outros não deis, em vão. Senhor, destruí o mal, fazei progredir o bem;
possamos louvar-vos sempre, e dar-vos prazer também. Conceda o Deus Uno e
Trino, que a terra e o céu sustém, que a graça da penitência dê frutos
em nós. Amém" (Hino de Laudes para os Domingos da Quaresma). É bom que o
mundo saiba que nos reconhecemos pecadores, suplicamos a misericórdia
de Deus, somos continuamente chamados à conversão e nos empenhamos em
buscar as formas de vida cristã e as estruturas necessárias ao
testemunho autêntico de Jesus Cristo.
No terceiro domingo da Quaresma, a Igreja proclama e medita o
Evangelho de São Lucas, no capítulo treze, versículos um a nove. Jesus
forma seus discípulos e as pessoas que dele se aproximam. Cabe-lhes
estar atentos aos acontecimentos. O primeiro deles é de ordem religiosa
no qual alguns galileus são mortos por Pilatos, quando ofereciam
sacrifícios. O segundo é um acidente, quando uma torre cai sobre algumas
pessoas. É mais ou menos como as notícias novas ou requentadas, que
correm pelo mundo afora e também no boca a boca das conversas.
Em nossos dias, pululam acusações de toda ordem contra a Igreja e os
católicos. Os fatos negativos tenham sua devida apuração e, quando
comprovados, as pessoas sejam devidamente responsabilizadas. Também os
desastres públicos são passíveis de verificações e providências
cabíveis. No entanto, envolvidos diretamente ou não nos dois tipos de
eventos, todos sejam provocados a tirar as lições devidas. Trata-se de
perguntar o que Deus quer nos dizer com os fatos.
Jesus propõe a conversão nos dois casos. Se existem cristãos que agem
mal, que comecem uma vida nova, transformem sua mentalidade e suas
práticas. Se qualquer um de nós se encontra distante dos fatos e
responsabilidades, pergunte-se como pode ser melhor e viver melhor,
mesmo em áreas totalmente diferentes. Quando na sociedade uma obra
desaba, um incêndio se alastra, as ruas estão esburacadas ou os serviços
são de baixa qualidade, mesmo quem não tem poder para mudar tudo, pode
começar por si mesmo ou perto de sua casa. O lixo que cada um recolhe de
forma adequada pode ser uma pequena, mas indispensável ajuda, como
também a direção segura e defensiva no trânsito e outras práticas. Vale,
como sempre, ouvir Jesus: “Pensais que esses galileus eram mais
pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa?
Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do
mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu
sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador
de Jerusalém? Eu vos digo que não” (Lc 13,2-5). Os frutos da conversão
se manifestem em nova mentalidade e novas práticas de vida!
A Igreja tem a alegria de oferecer ao mundo, depois de oito anos de
trabalho intenso, o exemplo luminoso do até agora Papa Bento XVI, que
acaba de renunciar. Certamente incomodou muita gente, mas edificou
crianças, jovens e adultos, homens e mulheres de todos os quadrantes do
mundo. Sua palavra e seu comportamento foram retilíneos, coerentes com o
lema escolhido, “colaborador da verdade”, um cristão autêntico,
apaixonado pela Verdade, que é Jesus Cristo. É a esta verdade que
queremos converter-nos! É a esta verdade que estará a serviço o novo
Papa a ser eleito!
Unindo-se às preces de todo o mundo, a Arquidiocese de Belém reza
assim: “Senhor Jesus, Pastor eterno, fundastes a Igreja para ser no
mundo o Sacramento da Salvação, na perfeita comunhão de amor, e destes a
Pedro a tarefa de criar a unidade entre vossos filhos e filhas.
Amparai, Senhor, a vossa Igreja que, sustentada pelo vosso Santo
Espírito, espera confiante a escolha do Sucessor de Pedro, que nos
sustentará na mesma fé que da mesma Igreja recebemos no Batismo. Não
permitais, Senhor, que ventos de doutrinas contrárias venham a nos
confundir. Sustentai a nossa fé e mandai, sem demora, aquele que
conduzirá a Barca da Igreja pelos caminhos da história em nosso tempo,
para a honra e glória do vosso nome, vós que sois caminho, verdade e
vida. Amém!”
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém